Linha da Beira Alta, a "não mobilidade"

O comboio um dos meios de transporte mais antigos do mundo, sendo um dos principais meios usados diariamente nos principais aglomerados urbanos mas também em todos os pontos do país, que nos últimos anos no interior tem sido complicado para a sua população usufruir desse serviço ou para as pessoas deslocadas dessas regiões.
O caso remonta a 2022, sendo mais concreto a abril, mês em que a população viu que iria ficar sem um dos seus meios de transporte. Na altura datava-se que essas modificações das vias iam demorar cerca de 9 meses. Hoje estamos a dia 1 de abril de 2025 e a linha continua fechada ao fim de três anos e de um investimos de 675 milhões de euros.
Que o digam os cidadãos de Gouveia, Mangualde, Pampilhosa e Viseu, que viram o seu troço fora de funcionamento nestes últimos três anos. A nova reabertura entre Mangualde e Celorico estava prevista para o final de março, segundo datava a CP (Comboios de Portugal) no seu site, mas devido a falta de licenças a reabertura terá que esperar até ao próximo dia 6 de abril. Por parte das pessoas há um descontentamento face a estas alterações, algumas nem acreditam na reabertura na próxima data .
O caso de Pampilhosa da Serra acaba por ser mais complicado, segundo as informações dadas pelo ministro Miguel Pinto Luz, não está previsto qualquer prazo para abertura, fazendo com que não haja ligação prevista entre Guarda e Coimbra, ficando uma parte do setor a impedir a ligação do interior do país ao litoral.
Quando muito se fala de como o interior está deslocado do resto do país, o caso da linha da Beira Alta é uma representação desse mesmo isolamento, se as pessoas se quiserem deslocar para outros pontos do país tem que recorrer a transporte particular ou a transportes privados como empresas de autocarros. Uma obra de 9 meses viu triplicar o seu prazo e as suas complicações. Uma linha de extrema importância que liga Guarda ao Porto, ou que liga Guarda a Lisboa, sendo a ligação que liga o centro e norte do país e a fronteira com a Espanha quer seja em mercadorias ou em passageiros.
Todos os habitantes da beira alta que se queiram deslocar de comboio para o centro e sul do país iram ter que se deslocar até há cidade da Guarda para poder seguir viagem pela linha da Beira Baixa. Muito se fala em mobilidade social, contudo talvez se deva questionar o Governo face à falta de mobilidade criada nos últimos três anos para todos os habitantes da Beira Alta que pretendiam deslocar-se por via férrea e que viram esse meio indisponível, sem haver soluções concretas para os residentes e deslocados na \região. Colocando a questão a Miguel Pinto Luz, o ministro vê com abertura parcial das vias uma "estratégica vencedora" depois de a população ter sido bastante fustigada nestes últimos anos.