As 5 coisas que esperamos em 2025

12-01-2025

 Se 2024 foi um ano glorioso para o ciclismo. Tadej Pogačar levou os fãs ao rubro com as suas conquistas. Mark Cavendish quebrou o recorde de vitórias no Tour de France. Jovens promissores como Maxim Van Gils e Thibaut Nys a despontar. A chegada de Remco Evenepoel ao Olimpo. Biniam Girmay a provar o que o continente africano consegue alcançar no ciclismo. Até Ben O´Connor a sentar-se na mesa dos grandes voltistas.

Já no panorama português, tivemos João Almeida a mostrar, mais uma vez, que é um ciclista de grandes voltas, tentando impor-se no meio dos muitos líderes da UAE Team Emirates. Também António Morgado mostrou que o pavê e a Flandres podem ser o seu território, com o 5º lugar na Ronde na sua estreia absoluta. Também Afonso Eulálio exibiu uma consistência de resultados no ciclismo nacional que o levou a abraçar a Bahrain-Victorious.
 Se 2024 foi empolgante, com muitas histórias que vão ser recordadas nos livros, o que podemos esperar neste ano de 2025? Antes da época começar – e já falta pouco – a Portuguese Cycling Magazine traz cinco expetativas.

História de João Almeida

Se há muito que João Almeida é um homem de grandes voltas, 2024 foi um ano para consolidar esse estatuto. Depois de um inicio de época atribulado, devido a problemas de saúde que afetaram o seu rendimento, a Volta à Suíça foi o momento de viragem. Naquela semana, vimos um João agressivo e assertivo, levando duas vitórias em etapa mais o 2º lugar da classificação geral. Esse bom momento acompanhou-o no Tour de France, na ajuda a Tadej Pogačar, que lhe valeu o 4º lugar final.

A Vuelta a España, com início em Portugal, seria o verdadeiro teste de João Almeida. Mas mesmo tendo sido forçado a abandonar por Covid-19, ganhou espaço na UAE Team Emirates desfalcada da sua presença.

No começo da temporada, é o desejo de todos os portugueses que este seja o ano de João Almeida! Que consiga liderar a equipa em provas de uma semana, que consiga ajudar Pogačar a revalidar o título do Tour de France desta vez em Paris, e que possa chegar à Vuelta em condições de lutar pela vitória. No geral, poderá 2025 ser histórico para o ciclismo português?

João Almeida em 2025 Foto: Fizza/UAE Team Emirates
João Almeida em 2025 Foto: Fizza/UAE Team Emirates

Espetáculo da Tudor

A Tudor Pro Cycling Team, projeto que tem Fabian Cancellara ao leme, montou um plantel bastante interessante para 2025, reforçando a promessa da equipa de lutar por vitórias em clássicas e também etapas de provas de vários dias.

São duas as peças chave que Cancellara troxue para o seu projeto. A primeira é Julian Allaphilippe, que depois de nos últimos anos não ter estado ao seu melhor nível, vem com o objetivo de recuperar a sua melhor face. A segunda é Marc Hirschi, que tem sofrido alguma estagnação quer na sua evolução quer nos seus resultados, muito devido à presença de outros ciclistas de topo na UAE Team Emirates. Mesmo assim, na segunda metade da época passada, recuperou a chama vitoriosa conseguindo 8 vitórias.

Agora em 2025, com mais liberdade e papéis de liderança, podemos estar prestes a assistir ao brilhantismo desta dupla, em conjunto com outros nomes do plantel da Tudor, como Matteo Trentin ou Alberto Dainese. Assim, este promete ser um ano interessante para a Tudor e sobretudo para o espetáculo nas estradas.

Julian Alaphilippe em 2025. Foto: Tudor Pro Cycling Team
Julian Alaphilippe em 2025. Foto: Tudor Pro Cycling Team

Explosão de Thibau Nys

Thibau Nys, jovem ciclista belga, fez um ano espetacular na Lidl-Trek. Embora esse ano tenha começado só no final de abril, isso não lhe tirou o foco. Ele conquistou cinco etapas em provas World Tour: uma na Romandia, outra na Suíça e três na Polónia. Também venceu na Hungria e na Noruega, acumulando um total de nove vitórias com apenas 22 anos.

Embora Thibau Nys cumpra, durante o inverno, o calendário de ciclocrosse, e isso vá influenciar a maneira como se apresenta nesta época, os fãs esperam que 2025 seja o seu ano na estrada. Especial atenção à sua prestação nas clássicas das Ardenas, porque em corridas duras, intensas e com finais explosivos, Nys tem demonstrado que consegue fazer a diferença.

Thibau Nys em 2025. Foto: Ryan Bodge/Lidl-Trek
Thibau Nys em 2025. Foto: Ryan Bodge/Lidl-Trek

Regresso de Pogačar-Vingegaard

2024 foi o ano em que, se pensávamos que Tadej Pogačar já tinha chegado ao limite, ele disse que ainda tinha muito mais para dar. Com 25 vitórias ao todo e conquistas bastante importantes – a dobradinha Giro-Tour, com 6 vitórias em etapa em cada grande volta, o Campeonato do Mundo e dois monumentos – 2024 foi o seu ano e de poucos mais.

Porém, os fãs de ciclismo sofreram alguma desilusão. Na grande rivalidade, não houve muito espetáculo. Jonas Vingegaard, vítima de um acidente na Volta ao País Basco em abril, teve uma época marcada por esse infortúnio e a sua preparação para o Tour de France acabou por não ser a melhor. Assim, no único confronto com Pogačar, acabou em 2º lugar, mas a mais de 6 minutos dele.

Se 2024 não foi o ano desta rivalidade, ela promete para 2025. Embora permaneça alguma especulação sobre a ida de Vingegaard ao Giro d'Italia, ambos têm como principal objetivo o Tour de France e assim, tudo aponta para que voltemos a ter espetáculo, da parte de ambos.


Tadej Pogačar e Jonas Vingegaard em 2025. Fotos: Fizza/UAE Team Emirates & Charly López
Tadej Pogačar e Jonas Vingegaard em 2025. Fotos: Fizza/UAE Team Emirates & Charly López

Regresso de Wout Van Aert

A época de Wout Van Aert foi bastante conturbada. Embora tenha começado forte, com vitórias na Volta ao Algarve e na Kuurne-Brussel-Kuurne, uma queda na Dwars door Vlaanderen rejudicou os seus grandes objetivos; falhou os dois monumentos do pavê e a presença no Giro d'Italia.

Wout regressou na Volta à Noruega para preparar o Tour de France, mas nem a prova francesa lhe correu de feição, por estar ainda em baixo de forma. Foi na Vuelta a España que Van Aert encontrou o seu momento, com três vitórias em etapas. Fica apenas a questão se não poderia ter conquistado mais etapas, bem como duas das classificações, caso não tivesse tido de abandonar e concluir a sua temporada por causa de mais uma queda.

Este ano, Wout Van Aert optou por um calendário mais reduzido no ciclocrosse, que inclusive já lhe trouxe vitórias. Poderá 2025 ser o ano em que se assume como rei do pavê e coloca no currículo os monumentos Volta à Flandres e Paris-Roubaix?

Wout Van Aert em 2025. Foto: Charly López
Wout Van Aert em 2025. Foto: Charly López
Tiago Neiva - Jornalismo e Fotografia
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